Entenda como a cirurgia laparoscópica e o POEM podem atuar no tratamento
A acalasia (megaesôfago) compromete de forma progressiva a função motora do esôfago, gerando dificuldade de engolir, sensação de estase e episódios de regurgitação. Muitos pacientes convivem por anos com sintomas incômodos até receberem um diagnóstico preciso e um tratamento correto.
O Dr. Carlos Obregon, gastrocirurgião, atua no manejo de doenças do esôfago, incluindo quadros simples e avançados de transtorno de motilidade esofágica. Sua abordagem alia precisão diagnóstica e técnicas cirúrgicas modernas para garantir resultados duradouros.
Além disso, os sintomas variam conforme o grau de comprometimento do esôfago e do Esfincter Esofágico Inferior (EEI), exigindo avaliação por um gastrocirurgião para definir a intervenção ideal. Neste texto, você vai entender um pouco mais sobre os tratamentos para esta condição.
Tipos de acalasia e impacto na escolha do tratamento
A classificação baseia-se na manometria de alta resolução, que avalia o padrão motor esofágico. Essa divisão não é apenas diagnóstica: define a lógica terapêutica e influencia diretamente o prognóstico.
Cada subtipo expressa um grau diferente de falha na propulsão do bolo alimentar e na abertura do EEI, sendo determinante na escolha entre cirurgia laparoscópica, POEM e outras alternativas como toxina botulínica e dilatação pneumática.
Dessa forma, o entendimento desses padrões permite que o gastrocirurgião proponha um tratamento individualizado, considerando resposta clínica esperada, risco de refluxo e propensão à evolução para megaesôfago.
Características dos tipos 1, 2 e 3 segundo manometria
A manometria de alta resolução revela padrões motores distintos que influenciam diretamente a estratégia terapêutica. Esses achados permitem entender o grau de falha propulsiva e o comportamento do Esfincter Esofágico Inferior, elemento central na fisiopatologia dos distúrbios motores.
Os critérios manométricos definem:
- Tipo I: ausência de contrações esofágicas e falha persistente do esfíncter.
- Tipo II: pressurização pan-esofágica acompanhada de propulsão ineficaz.
- Tipo III: espasmos vigorosos com contrações prematuras.
Essas variantes apresentam manifestações clínicas distintas. Além disso, a definição da estratégia terapêutica mais adequada requer avaliação criteriosa por um gastrocirurgião. Ele considera na análise o padrão motor esofágico e risco cirúrgico.
Com base nessa avaliação, é possível planejar de forma precisa as intervenções subsequentes, direcionando o paciente às opções terapêuticas mais eficazes e compatíveis com seu perfil clínico.
Cirurgia laparoscópica: conheça um pouco mais
A Miotomia de Heller, realizada por cirurgia laparoscópica, permanece como uma das técnicas mais consolidadas e duradouras no manejo do transtorno de motilidade esofágica. A precisão anatômica e a possibilidade de associação com fundoplicatura fazem desta alternativa viável nos tipos I e II, os mais comuns.
Essa técnica visa seccionar as fibras musculares hipercontraídas que impedem o trânsito esofágico, reduzindo a estase e a regurgitação associadas à doença. A recuperação funcional costuma ser estável, com menor risco de refluxo quando comparada a métodos como o POEM.
Por que a cirurgia laparoscópica é preferida nos tipos 1 e 2?
A Miotomia de Heller apresenta desempenho superior nesses subtipos devido ao padrão motor caracterizado por falha propulsiva sem espasmos esofágicos vigorosos. O controle biomecânico proporcionado pela técnica, aliado à via de cirurgia laparoscópica, garante predictabilidade funcional e menor chance de disfunções residuais.
A lógica para priorizar essa técnica inclui:
- Melhor resposta funcional nos subtipos com motilidade reduzida e sem espasmos vigorosos.
- Possibilidade de corrigir distorções anatômicas após períodos prolongados de megaesôfago inicial.
- Capacidade de combinar a abordagem com técnicas antirrefluxo, otimizando resultados a longo prazo.
O procedimento via cirurgia laparoscópica permite preservar a biomecânica esofagogástrica com resultados clínicos previsíveis.
Fundoplicatura e menor risco de refluxo
A secção controlada do Esfincter Esofágico Inferior altera o gradiente pressórico natural. Ela aumenta a probabilidade de refluxo, especialmente em pacientes com motilidade basal reduzida.
Para diminuir essa probabilidade, uma fundoplicatura parcial é empregada pelo gastrocirurgião para restaurar a barreira antirrefluxo sem comprometer o trânsito gástrico. Isso é essencial para evitar a piora da dificuldade de engolir do paciente no pós-operatório.
Assim, a adição da fundoplicatura parcial previne complicações relacionadas ao refluxo, efeito colateral frequente quando o Esfincter Esofágico Inferior é seccionado:
- Técnicas como Dor ou Pinotti reduzem a acidez retrógrada.
- A estabilização da transição esofagogástrica melhora o conforto alimentar no longo prazo.
Após a estabilização pós-operatória, a recuperação tende a ser duradoura, especialmente quando a miotomia é realizada via cirurgia laparoscópica por equipe experiente.
Conheça o POEM: a miotomia endoscópica peroral
O POEM (miotomia endoscópica peroral) expandiu significativamente o arsenal terapêutico do megaesôfago. O método permite acesso ao plano muscular via túnel submucoso, proporcionando ampla extensão de miotomia, o que é ideal para subtipos espásticos, como o tipo III.
Apesar de ser minimamente invasiva, o POEM apresenta risco maior de refluxo quando comparada à cirurgia laparoscópica, pois não possibilita fundoplicatura. Ainda assim, oferece enorme precisão e alcance muscular, sendo um recurso valioso quando indicado por um gastrocirurgião experiente.
Indicação do POEM no tipo 3 e casos refratários
O POEM é particularmente indicado em pacientes com motilidade esofágica marcada por espasmos vigorosos e contrações prematuras, características do tipo III.
Esse procedimento minimamente invasivo oferece precisão na dissecção muscular, preservando a mucosa esofágica e melhorando a dificuldade de engolir mesmo em quadros avançados.
A indicação pelo gastrocirurgião é especialmente forte em:
- Pacientes com espasmos de alta amplitude — característicos do tipo III.
- Doentes com falha prévia de Miotomia de Heller ou dilatação pneumática.
- Pacientes que possuem megaesôfago, mas que não têm performance para tolerar cirurgia por conta de comorbidades.
A versatilidade técnica do POEM o torna fundamental em casos complexos. Isso permite a adaptação do comprimento e localização da miotomia conforme o padrão manométrico.
Principais complicações e risco aumentado de refluxo
Embora o POEM seja seguro, existem riscos específicos que devem ser considerados na escolha do tratamento. A ausência de fundoplicatura aumenta a exposição ácida do esôfago distal, exigindo monitoramento rigoroso pós-operatório e estratégias preventivas para minimizar o refluxo.
Em pacientes com megaesôfago avançado, a atenção é ainda maior, pois a estase prolongada pode intensificar sintomas e complicações. Como qualquer intervenção avançada, o método pode apresentar eventos adversos:
- Aumento significativo da exposição ácida, predispondo a complicações pós-operatórias.
- Maior probabilidade de refluxo devido à ausência de mecanismo antirrefluxo.
- Possíveis sintomas transitórios de dor torácica ou dificuldade de engolir leve nos primeiros dias pós-procedimento.
A decisão terapêutica deve ser individualizada, considerando idade, comorbidades, padrão manométrico e histórico de procedimentos prévios, incluindo tentativas de cirurgia laparoscópica, sempre com acompanhamento por um gastrocirurgião experiente.
Opções complementares ao tratamento convencional
Embora os métodos cirúrgicos sejam centrais no tratamento para megaesôfago, um gastrocirurgião pode considerar alternativas menos invasivas em situações específicas, especialmente quando há maior risco cirúrgico e dificuldade de engolir acentuada.
Essas opções auxiliam no controle temporário da disfagia e de sintomas relacionados ao Esfíncter Esofágico Inferior, mas raramente oferecem solução definitiva em casos avançados ou impedem a progressão da doença.
Dilatação pneumática: quando ainda é útil
A dilatação pneumática é uma alternativa temporária para pacientes que não podem ser submetidos à cirurgia laparoscópica ou Miotomia de Heller, aliviando a dificuldade de engolir ao estirar o Esfíncter Esofágico Inferior, sem corrigir a motilidade esofágica.
É indicada para:
- Pacientes sem acesso imediato a cirurgia
- Subtipos menos espásticos
- Megaesôfago inicial com contraindicação temporária à cirurgia
Há risco de perfuração e recorrência, exigindo acompanhamento por gastrocirurgião experiente.
Toxina botulínica para pacientes de alto risco
O uso de toxina botulínica é indicado principalmente para pacientes com alto risco anestésico ou fragilidade clínica, promovendo paralisia temporária do Esfíncter Esofágico Inferior e alívio da dificuldade de engolir e regurgitação.
Seu efeito é transitório, exigindo reaplicações e acompanhamento por gastrocirurgião experiente. Pode ser utilizada para:
- Pacientes frágeis ou com elevado risco anestésico
- Situações de transição antes de POEM ou Miotomia de Heller
- Contraindicação temporária à cirurgia laparoscópica
A reavaliação frequente é essencial para definir intervenções definitivas, equilibrando segurança e eficácia, especialmente em casos de dificuldade de engolir persistente.
Por fim, vale destacar que o Dr. Carlos Obregon atua somente com a cirurgia laparoscópica no tratamento de acalasia. Se o paciente tiver indicação de algum procedimento que não seja feito pelo profissional, mesmo assim, orienta e indica os melhores serviços e profissionais para tal.
Procure a MEF e o Dr. Carlos Obregon para o seu tratamento de Acalasia
Na MEF, os pacientes com megaesôfago recebem acompanhamento direto e individualizado, com avaliação do padrão motor esofágico, dos sintomas de acalasia e do risco de progressão para câncer.
Nosso serviço prioriza diagnóstico preciso e definição do melhor tratamento para cada caso, com atenção especial aos distúrbios motores do esôfago. O cuidado é conduzido pelo Dr. Carlos Obregon, gastrocirurgião experiente na avaliação da doença do esôfago e cirurgia laparoscópica nos casos de acalasia.
Formação e experiência profissional:
- Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
- Residência em Cirurgia Geral e Cirurgia do Aparelho Digestivo (FMUSP)
- Complementação em Colonoscopia
- Médico colaborador do Serviço de Cirurgia do Cólon e Reto (HCFMUSP)
- Plantonista cirúrgico no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)
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Na prática, o Dr. Carlos Obregon combina técnicas avançadas e métodos complementares com abordagem individualizada. Cada plano terapêutico é desenhado para equilibrar eficácia, segurança e qualidade de vida.
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Conteúdo atualizado em 2025.
Carlos de Almeida Obregon I Cirurgia do Aparelho Digestivo I CRM-SP 177864 I RQE 107012 I RQE 107013
FAQ – Perguntas frequentes sobre Acalasia: qual é o melhor tratamento disponível hoje?
1. Quando a dificuldade de engolir deixa de ser “normal” e passa a sugerir acalasia?
Quando a dificuldade de engolir progride, não melhora e vem com regurgitação, já indica possível megaesôfago e merece avaliação.
2. O que muda no tratamento quando o paciente já tem sinais de megaesôfago?
Com acalasia, costuma-se indicar cirurgia mais ampla, ajustando a técnica para melhorar o esvaziamento e reduzir sintomas.
3. O que esperar da primeira consulta com o gastrocirurgião para investigar acalasia?
O gastrocirurgião avalia sintomas, revisa exames prévios e solicita manometria e endoscopia para confirmar o diagnóstico e identificar sinais iniciais de megaesôfago.
4. O POEM oferece resultados tão duradouros quanto a Miotomia de Heller?
A técnica apresenta eficácia semelhante à Miotomia de Heller, realizada frequentemente por cirurgia laparoscópica, com alívio prolongado da disfagia na maioria dos pacientes.
5. O POEM é indicado para quais casos de megaesôfago?
A abordagem é útil em diferentes tipos de acalasia, inclusive nos difíceis ou recorrentes, pela precisão e menor trauma.
6. O Esfincter Esofágico Inferior pode voltar a funcionar após o tratamento?
O esfíncter não recupera o movimento normal, mas a redução da pressão oferece melhora estável dos sintomas.
7. Quais sintomas de acalasia costumam melhorar primeiro depois da cirurgia?
A dificuldade de engolir costuma ceder primeiro; depois, diminuem regurgitação e sensação de retenção alimentar.
8. Regurgitação após as refeições é um sinal típico da acalasia?
Sim, a regurgitação é comum, pois o alimento fica parado acima do esfíncter rígido e retorna à boca.
9. Quais são os tipos de acalasia? Qual tratamento é exigido em cada um?
Os tipos de acalasia variam em padrão de contração; Heller via cirurgia laparoscópica ou miotomia endoscópica peroral costumam ser eficazes para todos.
10. Quais complicações pós-operatórias são mais comuns em POEM?
No POEM, o refluxo é o mais frequente; outras complicações pós-operatórias são leves e pouco comuns.






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