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Bypass: a cirurgia bariátrica mais realizada no Brasil

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A bypass é um método comum de cirurgia bariátrica, popularmente chamada de cirurgia de redução de estômago, embora esse termo não seja usado no ambiente médico. A história desse procedimento é composta por inúmeros casos de sucesso de pacientes que conseguiram perder muito peso e retomar suas atividades rotineiras.

Por isso, quem sofre de obesidade precisa conhecer os detalhes dessa opção e entender por que ela é eficiente no tratamento do problema.

Neste texto você vai descobrir como essa cirurgia é feita, quais os critérios para ser submetido a ela, quais suas vantagens e desvantagens e até mesmo os riscos envolvidos. Confira!

O que é a cirurgia bypass gástrico ou gastroplastia Y de Roux?

O bypass gástrico ou Y de Roux é uma técnica para ajudar pacientes obesos a perderem peso por meio da limitação da capacidade do estômago.

Esse procedimento, então, reduz o reservatório do órgão em até 85%, além de contribuir para uma menor produção de grelina, um hormônio que desperta o apetite. Assim o paciente passa a comer em quantidades menores, o que resulta em uma grande redução do peso corporal em um curto espaço de tempo.

Tudo isso sem retirar nenhuma parte do órgão, já que uma porção do estômago é grampeada e fixada ao jejuno, enquanto cria-se um desvio duodenal onde a parte restante é ligada ao intestino. Isso faz com que esses órgãos se alinhem em um formato de Y, o que serviu para nomear esse tipo de intervenção.

Esse tipo de gastroplastia é a mais utilizada, pois evoluiu muito com o passar do tempo e há uma ampla literatura médica que a aborda. Além disso, o método geralmente traz maiores benefícios ao paciente em relação a outros procedimentos.

Como é realizada essa cirurgia?

Uma bariátrica é um procedimento complexo, porém padronizado. Então, para que seja feito com mais segurança, o paciente deve passar por algumas etapas antes que possa realizar a intervenção.

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Preparação para a bypass

O primeiro passo para se preparar para a bypass é uma consulta com o gastrocirurgião, em que o especialista vai avaliar a saúde do paciente da forma mais completa possível. Para isso ele vai fazer perguntas sobre hábitos alimentares, evolução do peso ao longo do tempo, doenças das quais o paciente sofre e outros aspectos que julgar importantes.

Além disso, o profissional vai tirar todas as medidas do paciente, incluindo altura e a porcentagem de gordura. Depois serão solicitados diversos exames:

  1. Laboratoriais, como glicemia, níveis de hormônios, vitamina B12, insulina e outros;
  2. Ultrassom abdominal, além de ultrassonografia de tireoide, ecocardiograma e outros, que também podem ser adicionados;
  3. Endoscopia digestiva para verificar a situação interna de diversos órgãos.
  4. Outros exames, que podem ser solicitados dependendo do caso.

Após essa análise inicial, o paciente também deve se consultar com uma série de profissionais que irão avaliar sua saúde sob diversos aspectos. Nessa equipe multidisciplinar estão inclusos nutricionista, cardiologista, psiquiatra, psicólogo, endocrinologista e anestesista.

Continuando sua preparação para o procedimento, o paciente deve perder um pouco de peso para que os riscos sejam menores durante a intervenção e sua recuperação seja facilitada.

Por fim, pacientes fumantes são recomendados a abandonar o cigarro por pelo menos 30 dias antes do procedimento. Então, com o aval de todos os profissionais e tendo seguido todas as recomendações, a cirurgia pode finalmente ser efetuada.

Procedimento de bypass

Durante a bypass, o cirurgião do aparelho digestivo vai dividir o estômago do paciente em duas partes. Assim, é criada uma bolsa menor (pouch gástrico), com cerca de 15% da capacidade total do órgão, que ficará ligada ao esôfago e vai receber os alimentos. Ou seja, essa pequena parte assume o papel de armazenamento que antes era feito por todo o órgão. Algumas características do procedimento:

  1. O paciente pode voltar a engordar após a bypass; porém, a maior parte dos especialistas tende a refletir que o paciente que reganha peso após utilizada uma técnica disabsortiva, provavelmente estaria em uma situação de obesidade muito mais grave se não tivesse operado;
  2. Ocorre uma alteração da anatomia gastrointestinal;
  3. Aumentam os riscos de desenvolver problemas gastrointestinais, sendo os principais deles o supercrescimento bacteriano e dumping;
  4. Como houve alterações no estômago e intestino, é possível que o paciente comece a sofrer com problemas nutricionais, já que a absorção de nutrientes pode ser prejudicada. Sendo essas deficiências mais comuns naqueles que não fazem a suplementação adequada conforme a equipe orienta.

Mas é importante lembrar que os bons resultados da cirurgia também estão associados ao esforço do paciente para fazer a reeducação alimentar, praticar atividade física e seguir as demais recomendações médicas.

Técnicas utilizadas na cirurgia bariátrica

Levando-se em consideração as alterações que serão feitas nos órgãos e seus efeitos, a cirurgia bariátrica classifica-se em duas técnicas distintas:

  1. Restritivas: nesse caso há uma grande restrição do estômago, fazendo com que o paciente tenha uma capacidade inferior de ingerir alimentos. Alguns exemplos são a banda gástrica ajustável e o sleeve;
  2. Mistas: as mistas são um procedimento disabsortivo, em que há uma menor absorção de nutrientes, já que o caminho pelo intestino é reduzido.

A técnica mista é subdividida em dois tipos: predominantemente disabsortivas, em que uma grande parte do intestino é excluída (pelo fato de poder causar desnutrição, essa técnica está deixando de ser usada) e a mista predominantemente restritiva, em que apenas uma pequena parte do intestino é excluída, enquanto o estômago é drasticamente reduzido. A  bariátrica bypass se encaixa nesse tipo de técnica.

Qual o método utilizado em uma bariátrica?

O método se refere à forma como o médico vai chegar até o local da cirurgia. Nesse caso temos três opções:

  1. Aberta: esse é o método mais invasivo de todos, em que o médico faz um corte na região abdominal para ter acesso ao estômago e intestino. Por ser um procedimento com maiores chances de complicações e recuperação mais lenta, a cirurgia aberta está sendo gradativamente substituída por técnicas mais modernas;
  2. Laparoscópica: esse procedimento é feito com pequenas incisões na região abdominal, pelas quais o cirurgião introduz um equipamento com uma pequena câmera que projeta as imagens em um monitor. Dessa forma, é possível fazer a intervenção de um jeito mais seguro e causando menos incômodo ao paciente durante a recuperação;
  3. Cirurgia robóticaé a técnica mais moderna de todas, em que o médico controla braços robóticos de forma remota, com o auxílio de um joystick, tendo acesso às imagens em tempo real com uma qualidade HD 3D. O sistema é capaz de filtrar movimentos involuntários, o que ajuda a evitar erros e exige incisões cada vez menores. Esse tipo de cirurgia tem se tornado mais popular, mas ainda se trata de um método caro e que exige equipamentos específicos e o correto treinamento da equipe.

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Quem pode realizar a cirurgia bariátrica bypass? 

A bariátrica bypass não é recomendada para todas as pessoas. Para que o procedimento seja considerado o paciente deve se encaixar em algum dos critérios abaixo:

  1. Estar com IMC acima de 40 Kg/m², o que caracteriza a obesidade mórbida e dispensa a existência de qualquer comorbidade para ser realizada;
  2. Ter IMC entre 35 Kg/m² e 40 Kg/m² e possuir alguma comorbidade relacionada ao problema, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono, depressão, refluxo gastroesofágico e outros.

Além de se encaixar em um desses dois grupos, o paciente deve ter pelo menos 18 anos. Também é possível realizar o procedimento em adolescentes entre 16 e 18 anos, mas é necessária uma avaliação específica e permissão dos responsáveis legais do(a) jovem.

O paciente também precisa estar com o IMC estável por pelo menos 2 anos e ter tentado outras formas de resolver o problema que não surtiram efeito.

Por fim, os pacientes com IMC entre 30 Kg/m² e 35 Kg/m² e que apresentam comorbidades podem se submeter a uma cirurgia metabólica, que é feita de forma similar à bariátrica, mas seu foco é o controle e a redução dos sintomas de doenças, como a diabetes tipo 2.

O Conselho Federal de Medicina diz que a cirurgia metabólica deve ser realizada, preferencialmente, utilizando a técnica bypass gástrico com reconstrução em Y de Roux. Mas, se essa abordagem não for vantajosa ou se for prejudicial, é possível recorrer à gastrectomia vertical ou cirurgia sleeve. Qualquer outro procedimento não é autorizado.

Quais os resultados esperados após a cirurgia?

Após o procedimento é esperado que o paciente tenha uma grande perda de peso em poucos anos e que não volte a engordar facilmente. Em termos práticos é esperada a perda de 40% do peso ou a redução do IMC em 15,3 kg/m².

Além disso, espera-se que o paciente sinta menos fome, já que há menor liberação do hormônio que estimula o apetite.

Por fim, o paciente tem grandes ganhos em sua saúde como um todo, por exemplo, a remissão dos quadros de diabetes tipo 2 e hipertensão. Além disso, ele ganha mobilidade e pode fazer atividades do dia a dia com mais facilidade. Também há relatos de grandes melhoras na autoestima.

Quais são as vantagens e desvantagens do bypass?

Como todo procedimento invasivo, a bypass tem aspectos positivos e negativos.

Vantagens

  1. Grande perda de peso inicial, potencializada pela menor capacidade de ingerir alimentos e pela redução da fome;
  2. Melhora de diversas comorbidades;
  3. A perda de peso pode continuar por vários anos;
  4. Redução dos níveis de colesterol e triglicérides, o que deixa o paciente menos propenso a doenças cardiovasculares;
  5. Melhora nas dores oriundas da obesidade;
  6. A cirurgia pode ser revertida, embora esse seja um procedimento complexo;
  7. Melhora da respiração;
  8. Melhora a qualidade de vida como um todo.

Desvantagens da bypass

  1. Embora não seja comum, é possível que não haja perda de peso inicial ou que o paciente volte a engordar após a bypass;
  2. Ocorre uma alteração da anatomia gastrointestinal;
  3. Aumentam os riscos de desenvolver problemas gastrointestinais e psicológicos;
  4. A cirurgia exige um maior tempo de recuperação;
  5. Como houve alterações no estômago e intestino é possível que o paciente comece a sofrer com problemas nutricionais, já que a absorção de nutrientes pode ser prejudicada.

Mas é importante lembrar que os bons resultados da cirurgia também estão associados ao esforço do paciente para fazer a reeducação alimentar, praticar atividade física e seguir as demais recomendações médicas.

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Quais são os cuidados necessários ao realizar a bypass?

Para que a bariátrica bypass seja bem sucedida é preciso ficar atento a alguns procedimentos no pré e no pós-operatório.

Pré-operatório

Alguns cuidados importantes antes da cirurgia incluem a perda de alguma quantidade de peso e a manutenção do IMC.

O paciente também deve evitar fumar e consumir álcool. Para melhorar a resistência do corpo e melhorar a massa muscular, melhorando, assim, o metabolismo, é comum que o médico recomende a prática de exercícios de forma moderada.

Outros cuidados incluem realizar todos os exames solicitados e se informar sobre todas as partes do processo.

Por fim, mantenha qualquer dobra de pele sempre higienizada para evitar o desenvolvimento de problemas que comprometam a cirurgia e evite consumir alimentos sólidos no dia anterior ao procedimento.

Cuidados no pós-operatório

Nos primeiros dois ou três dias após a cirurgia, o paciente permanece internado para observação. Nesse período ele será acompanhado pelo cirurgião, enfermeiro e anestesista.

Para evitar a formação de coágulos nas pernas (trombose de membros inferiores), reduzir as dores e os gases do pneumoperitônio é importante que o paciente faça breves caminhadas algumas horas após o procedimento.

Ainda no hospital, o paciente vai receber soro na veia para manter-se hidratado e analgésicos, em caso de dor.

Após a alta, os cuidados devem continuar em casa:

  1. Manter uma dieta líquida por cerca de duas semanas e depois passar para a pastosa. Os alimentos sólidos devem ser reservados para quando o médico autorizar;
  2. A alimentação deve ser feita em pequenas porções e bem devagar para evitar mal-estar;
  3. Tomar as medicações e suplementos recomendados pelo cirurgião;
  4. Evitar consumir cafeína e bebidas alcoólicas;
  5. Voltar ao médico regularmente para novas avaliações e realização de exames;

Conheça os possíveis riscos e complicações da bypass

Antes de se submeter à bypass, é interessante que você conheça os possíveis riscos e complicações. Os mais comuns são:

  1. Sangramentos
  2. Fístulas (vazamento das anastomoses – costuras que ligam o novo estômago ao intestino)
  3. Trombose de membros inferiores
  4. Estenose ou sub-estenose de anastomose (obstrução devido à cicatrização inadequada dessas regiões)

Além desses riscos iniciais, outros podem surgir com o tempo, principalmente se o paciente não segue à risca todas as recomendações:

  1. Anemia, que pode ser provocada sobretudo pela ausência de vitamina B12 e ferro;
  2. Síndrome Dumping, que é uma condição que pode ocorrer após cirurgias bariátricas de vários tipos, caracterizada pela passagem direta do alimento para o intestino. Isso causa sintomas como náuseas, diarreia, cólicas e até desmaios;
  3. Quando o paciente não ingere a quantidade de líquido recomendada, ele pode sofrer de desidratação;
  4. Prisão de ventre, causada pela alimentação inadequada, falta de líquidos e de exercícios físicos.

Apesar das diversas complicações possíveis, as vantagens da bypass superam qualquer risco ou desvantagem. Esse procedimento apresenta grande sucesso em devolver a qualidade de vida para pacientes que sofrem com a obesidade.

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