A obesidade é uma doença gravíssima que traz sérias complicações para a vida do paciente, podendo até mesmo levar à morte. No entanto, existem diversos tipos de cirurgia bariátrica que apresentam ótimos resultados no tratamento do problema.
Neste artigo, explicaremos cada um dos principais procedimentos, destacando as suas vantagens e singularidades. Veja adiante.
O que é a cirurgia bariátrica?
A cirurgia bariátrica ou gastroplastia é um procedimento usado no tratamento de pessoas com obesidade. Ela ficou popularmente conhecida como cirurgia de redução de estômago, pois são feitas alterações nesse órgão, para diminuir a capacidade de ingestão de alimentos.
Assim, o paciente come moderadamente e acaba emagrecendo. Também há alterações na produção do hormônio da saciedade, levando a pessoa a sentir menos fome.
Quais são as indicações para os tipos de cirurgia bariátrica?
Apesar de existir vários tipos de cirurgia bariátrica, a intervenção não é indicada para todos os pacientes com obesidade. Para que a gastroplastia seja uma opção de tratamento, é necessário que o indivíduo preencha alguns requisitos.
Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), de modo geral, esses são os parâmetros para estar apto à realização da cirurgia bariátrica:
- Apresentar IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 40 kg/m², o que é classificado como obesidade mórbida.
- Ter IMC entre 35 kg/m² e 40 kg/m², além de outras doenças associadas à obesidade, por exemplo, hipertensão, diabetes tipo 2 e depressão.
- Ser maior de 16 anos e ter no máximo 70 anos.
- Apresentar estabilidade de IMC por pelo menos 2 anos consecutivos.
- Também é fundamental que o paciente tenha tentado outras abordagens para o problema, mas sem sucesso, tais como: reeducação alimentar, introdução de atividades físicas na rotina e terapia. O médico também pode receitar medicamentos que simulem a sensação de saciedade e a excreção de gordura e para controlar a ansiedade.
Critérios para a cirurgia metabólica
Os pacientes com IMC entre 30 kg/m² e 35 kg/m² e que tenham adquirido comorbidades ligadas à obesidade podem ser submetidos à cirurgia metabólica, principalmente o diabetes tipo 2.
Esse procedimento é similar à bariátrica, porém, o seu principal objetivo não é o emagrecimento em si, mas o controle de várias enfermidades relacionadas, como:
- Diabetes.
- Hipertensão.
- Colesterol alto.
- Esteatose hepática.
Tipos de cirurgia bariátrica: quais são, como funcionam e seus benefícios
Os vários tipos de cirurgia bariátrica podem ser classificados de acordo com a técnica aplicada:
- Restritivas: têm como foco a redução direta do estômago, com uma limitação clara sobre a quantidade de alimentos que podem ser consumidos. Um dos principais exemplos é o método sleeve ou gastrectomia vertical.
- Disabsortivas: limita a quantidade de comida que é absorvida pelo intestino de um paciente, como acontece com a cirurgia denominada duodenal switch.
- Técnicas mistas: combinam as abordagens das técnicas anteriores. Como exemplo desse procedimento, podemos citar o bypass gástrico ou Y de Roux.
Sleeve
O sleeve é um tipo de bariátrica em que o estômago é remodelado, ficando em um formato semelhante a um tubo fino. Para que isso aconteça, são retirados de 70% a 80% do órgão e, depois, há o grampeamento do restante.
O procedimento também é conhecido como gastrectomia vertical ou em manga. Ele é indicado em caso de obesidade e quando há outras doenças associadas.
Uma das principais contraindicações é para pacientes que tenham refluxo gastroesofágico, pois existem chances de agravamento da condição.
Como vantagens destacadas nessa abordagem, podemos citar:
- Não prejudica a absorção de elementos importantes, como ferro e cálcio.
- Pode ajudar no controle da pressão arterial e diabetes, apesar de não ser o melhor procedimento para isso.
- O paciente consegue comer menos, mas sem prejudicar o sistema digestivo.
- Não são feitas derivações intestinais.
- Caso haja necessidade, o sleeve pode ser convertido em outras técnicas de bariátrica, por exemplo em casos de reganho de peso
Bypass: um dos tipos de cirurgia bariátrica mais utilizados no Brasil
O bypass gástrico ou Y de Roux é um dos tipos de cirurgia bariátrica mais usados no Brasil, correspondendo a 75% das intervenções realizadas. Essa preferência pela técnica também é observada ao redor do mundo.
Nessa abordagem, o tamanho do estômago é reduzido em até 85-90%. Além de diminuir a ingestão de alimentos, essa técnica visa desviar do duodeno até o jejuno, respectivamente, as porções iniciais e intermediárias do intestino.
Esse desvio objetiva reduzir a grelina, o hormônio que gera a sensação de fome, bem como elevar os níveis hormonais que provocam a saciedade.
O bypass é uma metodologia de baixos riscos e ótimos resultados. E, geralmente, os pacientes conseguem eliminar até 80% do excesso de peso com ela.
Duodenal switch
Dentre as bariátricas menos populares, temos o duodenal switch, uma técnica adotada em apenas 5% dos casos devido às restrições à sua indicação. Essa abordagem cirúrgica é geralmente recomendada para casos extremos de obesidade e diabetes.
O método é uma mistura de gastrectomia vertical e desvio intestinal. Isso é, são criados dois caminhos unidos por uma única alça. A parte mais curta leva o alimento do estômago para o canal comum, enquanto a mais longa transporta a bile para a região em questão.
Nessa abordagem, o estômago perde de 60% a 80% de sua capacidade, entretanto, a sua estrutura básica e as formas de esvaziamento são preservadas. A capacidade de absorção de nutrientes pelo intestino é reduzida, contribuindo para o emagrecimento.
O duodenal switch traz os seguintes benefícios:
- Grande perda de peso e menor absorção de gordura.
- Menor restrição alimentar.
- Recuperação rápida, com o paciente voltando às suas atividades leves em 15 dias.
- Auxilia no controle de doenças relacionadas à obesidade.
- É possível continuar realizando exames radiológicos e endoscópicos.
Banda ajustável: um dos quatro tipos de cirurgia bariátrica reconhecidos pelo CFM
A banda gástrica ajustável é um dos tipos de cirurgia bariátrica menos empregados, mas está entre os quatro reconhecidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). No Brasil, a técnica equivale apenas a 2% dos procedimentos.
Trata-se de um anel de silicone colocado em volta da parte superior do estômago. Dessa maneira, há um estreitamento e a criação de um pequeno reservatório, que é rapidamente preenchido durante a alimentação, dando uma sensação de saciedade ao paciente.
Esse anel pode ser ajustado no pós-operatório, transformando o reservatório em um tamanho maior ou menor, de acordo com a necessidade. E isso é executado da seguinte forma: injeta-se um líquido no dispositivo que infla a banda bariátrica, localizado abaixo da pele do paciente.
A sua indicação para pacientes obesos é feita como exceção, visto que os resultados são inferiores a outros métodos e mais difíceis de serem mantidos em longo prazo.
Como vantagens, podemos destacar:
- É totalmente reversível.
- Recuperação rápida.
- Baixa interferência na absorção nutricional.
Técnicas não reconhecidas pelo CFM
Embora todos os tipos de cirurgia bariátrica sejam eficazes para a perda de peso, a indicação correta necessita de avaliação médica, para que seja possível determinar qual é a mais eficiente e segura para cada caso.
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