O tratamento para obesidade não é ilusão. Os procedimentos oferecidos possuem bases científicas e propõem grandes melhorias na vida dos pacientes. No entanto, os recursos terapêuticos e cirúrgicos adotados dependem de cada caso e perfil, ou seja, precisam ser individualizados.
Ao contrário do que muitos pensam, os mesmos métodos nem sempre atendem a pessoas diferentes. Isso significa que existem vários modos de eliminar o peso excessivo. E, muitas das vezes, a resposta resume-se em descobrir qual é o procedimento mais adequado para cada caso.
Quer conhecer mais sobre o assunto e desvendar como vencer essa luta contra a obesidade? Neste artigo, falaremos a respeito dos principais tratamentos. Confira a seguir.
Tratamento para obesidade: principais recursos existentes
A tecnologia da medicina avança a passos largos, principalmente, no que tange ao tratamento para obesidade. Na atualidade, o campo tecnológico proporciona muitas novidades nos cuidados com a saúde, inclusive, na oferta de recursos de última geração no âmbito das cirurgias para emagrecer.
Porém, o caminho ideal é, primeiramente, descobrir qual é a melhor opção para cada caso. Sendo assim, que tal acompanhar adiante os diferentes métodos possíveis para a eliminação do excesso de gordura corporal?
Abaixo, relacionamos as possibilidades de tratamento de acordo com o IMC (Índice de Massa Corporal), acompanhados de seus respectivos graus de obesidade.
IMC entre 25 e 30: sobrepeso
Muitas pessoas se assustam com o sobrepeso, entrando em pânico com a descoberta. Essa condição configura-se quando o IMC acusa valores entre 25 e 30. Caracteriza-se como elevado percentual de massa de gordura acumulada no corpo.
Agora, veja o que a ciência tem a oferecer, com o intuito de auxiliar aqueles que são acometidos por esse problema.
Intervenções
Boa parte dos indivíduos deseja uma alternativa rápida para o problema do sobrepeso. Devido a isso, esses pacientes com excesso de peso buscam por intervenções cirúrgicas, com o objetivo de respostas mais imediatas.
No entanto, o quadro pode ser revertido por outros meios, não invasivos e mais simples. O sobrepeso pode ser tratado, por exemplo, com reeducação alimentar, mudança de vida e medicação adequada, sem recorrer direto à cirurgia.
Medicamentos
Existem casos em que o tratamento exige medicação. Os remédios podem ser administrados com as seguintes finalidades: diminuir o apetite; conter a ansiedade; e reduzir o percentual de absorção de gordura pelo organismo.
Implementar novos hábitos de vida como tratamento para obesidade
Se você está na linha do sobrepeso, previna-se logo, aderindo a um tratamento para obesidade. Uma das melhores formas é alinhavar com o seu médico determinadas medidas nutricionais, sem deixar de adotar as atividades físicas.
É fundamental ser orientado por um nutricionista sobre a dieta ideal. Um cardápio balanceado e personalizado e a introdução de exercícios físicos devem fazer parte dos novos hábitos de uma vida saudável.
A atividade física é indispensável, não somente para quem precisa emagrecer. Aqueles que se exercitam, além de perder peso, ganham um cérebro mais operante e melhoria na circulação sanguínea, favorecendo o aporte de nutrientes e oxigênio para os órgãos, enfim, o bem-estar é geral.
IMC 30-35: obesidade grau 1 sem comorbidades
Para combater a obesidade de grau I, livre de comorbidades, existem estratégias bastante promissoras. Nesse caso, a utilização de procedimentos endoscópicos e não cirúrgicos é bastante comum.
A seguir, listamos os procedimentos mais indicados para a obesidade de grau I.
Balão intragástrico é mais um tratamento para obesidade
O balão intragástrico é um tratamento para obesidade no qual ocorre a inserção de uma prótese de silicone no estômago, que possui a forma de um balão. Ele também é conhecido como balão intragástrico ou intrabariátrico.
O procedimento é executado por meio de endoscopia digestiva alta, não é invasivo e dispensa a internação para a colocação do balão no estômago.
Toda a intervenção é realizada em torno de 30 minutos. Após o término, o paciente permanece por 2 horas em observação. Depois de 48 horas, já é possível retomar as atividades rotineiras normalmente. Há perda de 40% a 60% de peso excessivo nessa técnica.
Mudança no estilo de vida
Após ser submetido ao procedimento, com o balão para emagrecer devidamente acomodado no estômago, o paciente deve tomar outras providências necessárias, para garantir o bom funcionamento do dispositivo.
Nesse sentido, um nutricionista ou um nutrólogo podem instruir o paciente, recomendando algumas medidas, como a ingestão entre 850 e 1.200 de calorias e manter-se hidratado.
Ademais, os exercícios físicos cooperam para o gasto calórico e elevam a qualidade de vida.
Gastroplastia endoscópica: tratamento eficaz para obesidade
A gastroplastia endoscópica, também denominada bariátrica endoscópica, é outro tratamento para obesidade bastante eficaz. A técnica é considerada minimamente invasiva e consiste em reduzir o volume do estômago.
O método é feito por meio de um dispositivo introduzido pela boca do paciente, que faz o grampeamento do estômago, do mesmo modo que ocorre em um procedimento endoscópico. Essa intervenção diminui a capacidade do órgão digestivo e desacelera o esvaziamento gástrico. A perda de peso prevista fica entre 15 e 30 quilos.
IMC 30-35: obesidade grau 1 com comorbidades
A obesidade grau I é uma doença crônica que traz sérios prejuízos à saúde. A condição se agrava ainda mais, quando está aliada à doença diabetes tipo 2. No entanto, existe uma intervenção que objetiva combater o problema.
Cirurgia metabólica como tratamento para obesidade
A cirurgia metabólica é um tratamento para obesidade, que emprega as técnicas bypass gástrico com reconstrução em Y-de-Roux ou gastrectomia vertical.
É a intervenção cirúrgica que abriu novos rumos para o tratamento dos portadores de diabetes tipo 2, que estão em um grau elevado de obesidade (IMC acima de 30). Na metabólica, estima-se que há uma perda de aproximadamente 45% do peso inicial.
Esse tipo de procedimento é equiparado à cirurgia bariátrica, em relação aos mecanismos utilizados. Basicamente, a diferença entre elas é o objetivo proposto.
Enquanto a bariátrica concentra-se nos resultados da perda de peso e na contenção de comorbidades, a cirurgia metabólica tem como meta específica a remissão de doenças graves advindas da obesidade, em especial, o diabetes tipo 2.
Vale destacar que a cirurgia metabólica está regulamentada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) desde 2017.
Orientação nutricional e prática de atividades físicas
Não é possível manter a perda de peso e obter resultados positivos duradouros, se não houver mudanças no estilo de vida. Portanto, não se iluda pensando que a cirurgia descarta a necessidade de uma alimentação regrada e uma rotina mais ativa, isto é, sem sedentarismo.
A metabólica exige medidas nutricionais que atendam a um novo estilo de vida alimentar pós-cirurgia. Assim como acontece na cirurgia bariátrica, que também faz a redução do estômago, é comum a ocorrência de déficit nutricional. Nesses casos, a suplementação, certamente, será recomendada pela equipe médica.
A atividade física é relevante e deve iniciar antes mesmo da operação. Os exercícios físicos são essenciais para o sucesso do tratamento.
IMC 35-40: obesidade grau II sem comorbidades
Esse grau de obesidade é atribuído às pessoas que têm IMC entre 35 e 40. Apesar de serem submetidas a tratamento clínico, com medicação, dieta e exercícios físicos, nem sempre conseguem alcançar resultados eficazes.
Sendo assim, em muitos casos, os procedimentos endoscópicos são indicados como alternativa. Dessa maneira, entram como opções a instalação de balão gástrico e a bariátrica endoscópica.
Balão intragástrico
Conforme já explicado em um dos tópicos acima, o balão intragástrico é um método muito eficiente no controle da fome, na promoção da saciedade e, consequentemente, na perda de peso.
A sua função é a ocupação de parte do espaço do estômago, para impedir que a pessoa sinta necessidade exagerada de alimentos.
O balão intragástrico não é um processo permanente. O procedimento é reversível, já que o balão pode ser retirado 6 meses depois. Por isso, os resultados dependem da continuidade dos bons hábitos alimentares adquiridos com o auxílio do dispositivo.
Bariátrica endoscópica como tratamento para obesidade
A bariátrica endoscópica é um procedimento minimamente invasivo utilizado como tratamento para obesidade. O processo ocorre com a introdução de um tubo flexível pela boca do paciente, que se encontra sob anestesia geral.
O grampeador endoscópico, inserido juntamente com uma câmera, viabiliza uma visão minuciosa do estômago. Além disso, permite que o médico endoscopista realize suturas no interior do órgão, deixando-o com formato tubular.
IMC 35-40: obesidade grau II com comorbidades
A obesidade grau II com comorbidades requer mais cuidados e atenção, pois, além do peso em excesso, já existe algum tipo de doença grave associada.
Sendo assim, quando não se consegue fazer o tratamento com medicação, reeducação alimentar e atividade física frequente, há a alternativa da intervenção cirúrgica.
Cirurgia bariátrica: como é feita?
Atualmente, a cirurgia bariátrica é também conhecida como “cirurgia bariátrica metabólica”. O novo termo tem origem no fato de os pacientes operados passarem a apresentar melhoras na taxa glicêmica, que ocorre até 48 horas após a intervenção.
Vale reforçar que a bariátrica é popularmente chamada de “cirurgia da obesidade” e “cirurgia de redução de estômago”.
Trata-se de um procedimento cirúrgico realizado por meio de várias técnicas, como: bypass gástrico; sleeve ou gastrectomia vertical; e duodenal switch. Continue lendo e saiba mais sobre os tipos de cirurgia bariátrica.
Bypass gástrico, a técnica cirúrgica mais usada no tratamento para obesidade
A técnica bariátrica bypass gástrico é a mais comumente utilizada no tratamento para obesidade, tanto no Brasil quanto no resto do mundo. Nesse procedimento, a capacidade do estômago é reduzida a partir de um desvio em forma de Y.
Dessa maneira, acontece a inibição do apetite e o aumento da saciedade, pois a secreção hormonal que controla esses fatores é influenciada a favor da perda de peso.
Após a cirurgia, o paciente pode conseguir eliminar entre 45% e 70% do peso. O procedimento também ajuda a dirimir o diabetes mellitus tipo 2.
Gastrectomia vertical ou sleeve gástrico
O sleeve gástrico é um método bariátrico também eficiente para a perda de peso excessiva. Entretanto, é um mecanismo irreversível, por isso, o paciente precisa estar ciente disso.
Na gastrectomia vertical, o cirurgião do aparelho digestivo altera o formato do estômago, transformando-o em um tubo.
Duodenal switch
Nessa bariátrica, unem-se duas técnicas. O gastrocirurgião modifica a forma do estômago, tornando-o tubular, além de realizar um desvio de trajeto, que interfere na produção do hormônio da fome, denominado grelina.
Cirurgia robótica: um ganho tecnológico no tratamento para obesidade
Um fator importante no tratamento para obesidade é a constante evolução tecnológica, que permite intervenções cada vez mais seguras e eficientes. Nos dias de hoje, as técnicas bariátricas podem ser executadas por intermédio da cirurgia robótica, por exemplo. Com isso, os benefícios aumentam e os riscos ficam bem reduzidos.
Na bariátrica em que se opta pela cirurgia robótica, o gastrocirurgião controla o robô, que possui braços conectados ao paciente. Todo o desenvolvimento é monitorado em uma torre de imagem.
IMC > 40: obesidade grau II ou mais
A obesidade com grau acima de 40 é considerada mórbida, porque tem maior chance de resultar em morte. Em quadros de morbidade, a cirurgia bariátrica é altamente aconselhada.
Bariátrica
Tipo de Intervenção | Convencional (aberta) ou minimamente invasiva. Quaisquer técnicas podem ser realizadas por meio de cirurgia robótica ou laparoscópica. |
Indicação | Obesidade grau II e III. |
Resultados | Emagrecimento com redução de 70% ou mais do peso antigo. Controle das doenças associadas, como diabetes e hipertensão. |
Estimativa de perda de peso | Entre 45% e 70% do peso anterior. |
Adoção de vida saudável após a cirurgia bariátrica
A cirurgia bariátrica, por si só, não resolve a vida do paciente, muito menos consegue eliminar de vez a obesidade, pois, paralelamente, é necessário adotar novos hábitos saudáveis.
A reeducação alimentar e a prática de atividades físicas devem estar presentes no cotidiano pós-cirúrgico, visando complementar o tratamento para obesidade.
Novo cronograma alimentar depois da cirurgia bariátrica
Depois da cirurgia bariátrica, os resultados ainda não são efetivos. É primordial seguir corretamente as orientações nutricionais prescritas. A dieta é normalizada gradualmente, sendo dividida por etapas.
Estágio | Tipo de alimentação | Cardápio sugerido |
Logo após a cirurgia | Dieta líquida | Água, é essencial hidratar-se; caldos de legumes; sucos naturais; leite; e iogurte. |
Segundo estágio | Dieta pastosa | Purês; sopas cremosas; frutas não cítricas; e carnes (moída ou bem desfiada). |
Terceiro estágio | Dieta leve | Legumes e carnes em pedaços. |
Quarto estágio | Dieta normalizada | Alimentos crus; folhas; cítricos; e fibras. |
Suplementação é indispensável no processo
Entre os suplementos costumeiramente usados após a cirurgia bariátrica, estão:
- Polivitamínicos, que servem para suprir a deficiência de nutrientes (reposição de cobre, zinco, ácido fólico e vitaminas A, C, E e K).
- Vitaminas do complexo B e D, entre outras.
- Suplementos proteicos, como: whey protein; albumina; dentre outros.
- Ferro e cálcio.
Exercícios complementam o tratamento para obesidade
Os exercícios físicos têm um papel crucial no tratamento para obesidade, afinal, é necessário manter o peso perdido. As atividades físicas são complementares em todo o processo, já que ajudam a promover o emagrecimento, entre outros benefícios.
Além de facilitar a perda de peso, a prática de exercícios contribui para o controle das doenças advindas da obesidade.
As atividades mais recomendadas são: treinos de resistência; caminhadas; natação; danças; bicicleta etc.
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